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quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Lindos Girassóis


Tão feios me parecem os girassóis, agora que a jarra se partiu… No centro da mesa, apenas o caderno de argolas vermelhas desengonçadas que deixam voar folhas pela sala, que pairam sobre a minha cabeça até que algo pesado como a saudade, as atire violentamente para o chão frio e áspero de cimento.

8 Comentários

Nem canteiros inteiros de rosas vermelhas parecem bonitos se estamos tomados pela saudade!!!
Lindassssssss palavras, blog perfeito...Segui o link do outro q é igualmente lindo... Vonte inesgotável de inspiração...Vou vir sempre dar uma espiadinha...Um ótimo feriado :*

Pena quando as coisas que nos parecem tão belas e especiais se tornem cinzentas com o tempo, afinal não eram assim tão bonitas.

As coisas estragam com o tempo. É assim com tudo. Mas acabam por aparecer outras que substituem essas coisas estragadas. Aí, aumenta o expectro de cor.

A beleza é efemera. E a efémera é um bixo que se apodera da vida e lhe tira a cor.

Uau! Cardeal Cervejeiro a fazer comentários profundos!

Não passará o amor da luz que trazia as sombras para dentro da caverna? Platão terá tentado alertar-nos não só para o perigo das sombras como também para o perigo da luz (supostamente elucidativa?)?
bj

E o sol: girou?

grande SOL!!


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terça-feira, 30 de outubro de 2007
Rua do Amor (de passagem)
Deslizo bêbado pela longa e torta rua do amor, semeio pequenos sonhos entre as pedras da calçada, esperando que a luz de um outro dia mais luminoso cuide deles, melhor que este coração fechado para obras de manutenção.

É interminável esta rua de casas sem janelas e de portas trancadas, mas para um homem vazio não mais são que paisagens mortas que me embalam pela ruela maldita.

Faz algum tempo que a solidão me abandonou, deixando-me a sós com a saudade… que se diga não é boa companhia… pouco se faz ouvir, e quando se pronuncia é sob a forma de gélidas e negras palavras que me paralisam e me fazem cair na sarjeta, onde escorrem histórias de amor sem finais felizes.

3 Comentários

E não andamos todos nós bêbados na rua do amor? A trepidação tão caracteristica de quem pisa tal calçada. Dói sempre, eu sei.

Gostei muito da imagem da solidão ter-te deixado a sós com a saudade! É mesmo uma verdade que a solidão implica uma ausência de alguém, assim como a negação d um Deus implica uma prévia crença nele mesmo!

doi ... se doi ... Mas sempre que a ressaca passa ... voltamos sempre a beber mais um copo ... e a história repete se ...


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segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Polaroids
imagine



Recordo-me de brincar nesta sala, outrora alcatifada… renunciava o movimento dos ponteiros e perdia-me por um mundo amplo e iluminado, maior que quarenta estádios de futebol.

Sabe bem sentir o leve cheiro da nossa infância que ficou pregado aos sonhos mais belos e antigos… Derivo pela memória saltando de momento em momento, no álbum de polaróides do meu avô.

Mas as fotos não escaparam ao tempo, desfocadas e queimadas, acabam por enganar a lembrança, e relegam os tempos mais áureos da minha infância para o baú das banais brincadeiras de criança

2 Comentários

Adorei este e a foto... brilhante.
És tão tudo Chino!

As saudades mais sinceras são as da nossa infância :)


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domingo, 28 de outubro de 2007
silencio em branco
Em cima de mim, amontoadas, paginas em branco reflectem os momentos em que não sei o que dizer, em que o sentimento não me escorreu pelo braço enquanto a caneta esperava de frente para o papel.

É um silencio confortável, que toma novas formas com o passar dos dias, com a metamorfose dissimulada a que minha vazia carcaça é sujeita.

Se tivesse de o descrever diria que é dos silêncios mais silênciosos que já presenciei… um silencio inodoro, que não é frio e penoso nem quente e reconfortante, é um silencio em branco…

2 Comentários

O silêncio que não arde no peito, anestesia sentimental... como te percebo.

Há uma frase da qual já várias vezes me socorri e que diz: Eu olho para uma página vazia e nela vejo reflectido o vazio que há em mim.
lembrei-me...pareceu-me ter que ver com isto!


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sábado, 13 de outubro de 2007
Desconhecida



Desconhecida número 12

Paixão número 18

6 Comentários

Achava-me eu na minha loucura em que chamo aos solavancos do meu coração- "janelas números X'S" e que ando sempre a pensar no desconhecido que me vai abrir a porta...e afinal a minha loucura apenas é uma outra forma, uma variante à tua e à de outréns de lidar com a solidão acompanhada que vamos passando chamando-a de vida!

És surpreendentemente (felizmente) inusitado!

Obrigada

Também sofro disso, mas só nos dias cinzentos.

Chove cá dentro

Fraca fatalidade esta: não sei de desconhecer profundamente as paixões se me apaixonar superficialmente por desconhecidos.

Voltarei aqui.

com alguma sorte (ou não) todos temos meia dúzia de paixões que chegamos a conhecer...

Gostei particularmente deste post, embora já acompanhe este blog há muito.
Também sou assim, confesso.
Por isso, um post aparentemente tão simples toca-me tão profundamente pela sua total complexidade. Adoro ler-te. Obrigada :O)


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segunda-feira, 1 de outubro de 2007
deixa arder
Continuo a queimar histórias de amor para iluminar os meus serões, também por uma questão de arrumação… Sentado faço a minha higiene emocional, como se depilasse o coração duas vezes por mês.

As labaredas ganham novo vigor a cada sonho incinerado, fazendo com que parágrafos se estilhaçassem em pequenas fagulhas que dançam pelo quarto, semelhantes a pirilampos acasalando em noites quentes de verão.
A combustão de memórias e sentimentos deixa no ar um cheiro a frutos silvestres, igual ao perfume de antigas paixões… nada que impressione um homem de mãos queimadas.

A luz trémula da fogueira cria sombras em todo o quarto, sombras onde sei que se escondem fantasmas, que mais tarde, quando só cinzas restarem sobre o chão, surgirão levianos para me cantar ao ouvido canções de românticos suicidas

9 Comentários

É sempre tão difícil comentar os teus textos! Eu, que venho cá todos os dias, perco as palavras quando vou para comentar qualquer coisa. Porque nada lhes falta. E tudo o que dizem está dito... Sinto tanto os teus textos (quase) todos que se torna impossível comentar seja o que for em relação a eles.
Tinha apenas que te dizer que me comovem (quase) até às lágrimas... Que beleza... Tão belos! Sentem-se tanto cá dentro!
Continuarei a vir cá todos os dias como sempre, por muito que não haja palavras que te possa deixar senão esta que deixo: Obrigada!

Há blogues e blogues... passo por eles e raramente deixo a marca da minha presença. Aqui não resisti...que beleza, que sensibilidade! Parabéns!

"Sentado faço a minha higiene emocional, como se depilasse o coração duas vezes por mês." Adorei=) sei k raramente venho aki..mas agr k vim kiz k soubesses! Lov U et tu me manque trop*

Depois de um texto tão lindo e de comentários tão fortes...não direi mais nada...está assim para o "futuro mais que perfeito".
Obrigada

não sei como vim cá ter...deve ter sido pela chuva---------

gostei do que li e vi

voltarei

jocas maradas

Olá, gostei imenso do teu blog, apesar de ainda não ter "vasculhado" muito. Gostava de saber se és o autor das fotos que tens por aqui, porque estou à procura de um fotógrafo deste "tipo". Se puderes, contacta-me: reactosfera.blogspot.com beijos

Amor é fogo que arde sem se ver.

Tens uma forma muito peculiar de esmiuçar esta frase. Gostei da tua escrita incendiada.

Ne a chuva o apaga? :)

Um beijinho (só escreves para refilares comigo já viste? :) )

Cada vez que te visito...
fico triste... choro...
me vejo em tuas palavras... sinto como se fosse eu que estive-se em teu lugar... sempre que leio ponho-me no lugar de quem escreve...
estou a me apaixonar cada vez mais por tuas palavras...
sinto uma pontinha de inveja da pessoa pra quem você escreve...deve ser alguem realmente especial... porem se faz alguem como ti escrever coisas tão...depressivas, e tristes...é porque não merece... porem ao menos serve de inspiração...
bem...
nem sei porque resolvi vir aqui... afinal te acompanho a um bom tempo e jamais falei(escrevi) nada...
hoje acordei assim... com pena de mim e vontade de falar com alguem que não me conheça...

Gostei. Gostei das palavras e da transmissão de sentimentos.

Beijinho.


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