terça-feira, 24 de julho de 2007
A manhã começou calma, tão tranquila que o sono que toda a noite teimou em não se revelar, encontra-se agora tentado a entrar sorrateiro dentro do corpo cansado.
As nuvens deslocam-se sonolentas pelo céu cinzento, destinadas a encontrar os seus fados no fim do mundo… Sou invadido pela necessidade de ser leve como uma nuvem, e com elas viajar para lá das serras de pedra negra, e encontrar então um rumo que me incite a marcar no mapa os meus próximos voos.
Ao fundo, em jeito de fotografia, agita-se a maior das arvores, verdejante e robusta possui uma soberania tal que é possível sentir-se ao longe, qual gigante adormecido que encontrou nas raízes a solidez necessária para adormecer de pé e para sempre ser lembrado.
Já me chega de naturezas vivas, onde a morte se estende adormecida.
Liberto-me de todas aquelas palavras pesadas e sentimentos moribundos, dispo o passado, mais que imperfeito, e entro no chuveiro…
Atordoado, encontro na água quente que escorre, a companhia perfeita para o desligar de todo o sistema que corre o mesmo programa de sobrevivência durante meses seguidos sem reiniciar.
Deixo de ver, e em seguida de ouvir… sinto-me a deixar de existir… lentamente largo a carne a pele e os ossos para ficar apenas uma luz, algo tão esplêndido como incompreensível. Sinto-me incrivelmente vazio, como se todo o universo coubesse dentro de mim.
Encontro as minhas perguntas.
Encontro as minhas respostas...
vou.
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