sexta-feira, 13 de julho de 2007
- Ouve! É a nossa música!
- Sim, é. Queres que mude?
Faço sinal que sim com a cabeça. Ela põe a tocar Radiohead. Lentamente todo o quarto ganha um novo cheiro, uma nova cor… Que bem que sabe, estar ao lado dela, deitados de barriga para o ar partilhando um silêncio confortável, deixando que a nossa intimidade dance no tecto, enquanto os nossos corpos se enterram nos lençóis, harmoniosamente estendidos sobre os tacos baços e riscados.
O velho leitor de cassetes, parece debitar a banda sonora do nosso filme a dois, embala-nos, tornando as nossas expressões letárgicas e vazias, enormes e sonsos sorrisos de contentamento. Parece tudo perfeito e sincero, a forma inocente com que os nossos braços descansam sem vida, sobre os nossos peitos ou o dedo ainda desperto, que esboça na pele dela meigas palavras como Carícia e Ternura. Momento digno de ser pintado num quadro famoso, daquelas galerias arte chiques sobre o Amor e os Amantes.
O que realmente torna magnífico, este instante, é o facto de eu saber que, durante esta música extravagante que parece tocar eternamente, eu sou a pessoa que tu queres que eu seja.
- Que horas são?
- Horas de amar!
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